🧠 A Mobilização Neural é uma técnica cada vez mais presente nas abordagens fisioterapêuticas modernas — e por um bom motivo: seu impacto direto na melhora da amplitude de movimento (ADM) tem sido amplamente respaldado pela ciência.
📌 Mas o que é Mobilização Neural?
É uma técnica que visa restaurar a mobilidade dos nervos periféricos ao longo de seu trajeto anatômico, reduzindo aderências, hipersensibilizações e interferências na mecânica neural. Em outras palavras, não basta alongar o músculo se o nervo continua “preso” ou irritado.
🔬 O que dizem as evidências?
Vários estudos já confirmam os efeitos positivos da mobilização neural na ADM:
Ellis et al. (2012) demonstraram que técnicas de deslize neural aumentaram significativamente a flexibilidade dos isquiotibiais, sem causar aumento de dor — uma alternativa eficiente ao alongamento tradicional.
Uma revisão sistemática publicada na Journal of Manual & Manipulative Therapy (Basson et al., 2017) mostrou que a mobilização neural melhora a amplitude de movimento em pacientes com dor cervical e lombar crônica, com efeitos sustentados no médio prazo.
Segundo Coppieters e Butler (2008), a neurodinâmica reduz a sensibilidade mecânica e melhora a mecânica do sistema nervoso, favorecendo o recrutamento motor e o ganho de mobilidade funcional.
🤓 Por que a Mobilização Neural funciona?
Imagine um nervo como um fio passando por túneis. Quando esses túneis estão “grudados” (por inflamação, pós-operatório, má postura, etc.), o fio perde sua mobilidade, o que limita o movimento do membro e gera dor.
A mobilização neural libera esses pontos de aderência e permite que o nervo deslize com mais liberdade, favorecendo o ganho de ADM sem agressão tecidual.
✅ Quando indicar?
Síndromes compressivas (ex: ciatalgia, síndrome do túnel do carpo);
Perda de ADM com sensação de “repuxo” ou formigamento;
Pós-operatórios ortopédicos;
Pacientes com dor irradiada ou neurogênica;
Reabilitação de membros superiores ou inferiores com restrição de mobilidade.
📚 O ISF e a Mobilização Neural
Na formação do ISF, os alunos não apenas aprendem a executar a técnica, mas a avaliar criteriosamente se o componente neural está interferindo na função do paciente. Acreditamos na prática baseada em evidências e no raciocínio clínico como pilares de um atendimento eficiente e humanizado.
Mobilizar um nervo pode ser a chave para liberar um movimento.
E você, fisioterapeuta, já incluiu essa técnica no seu repertório?
🔎 Referências:
1. Basson, A. et al. (2017). Effectiveness of neural mobilization in patients with spinal radiculopathy: a systematic review and meta-analysis. JMMT
2. Ellis, R. et al. (2012). Effects of neurodynamic mobilisation on hamstring flexibility: a randomised controlled trial. Physiotherapy.
3. Coppieters, M. W., & Butler, D. S. (2008). Do ‘sliders’ slide and ‘tensioners’ tension? An analysis of neurodynamic techniques and considerations regarding their application. Man Ther.